"A morte, por si mesma, sozinha, sem qualquer ajuda externa, sempre matou muito menos que o homem”
Como provavelmente já perceberam, eu não sou por excelência uma apreciadora ou admiradora de literatura portuguesa. Não é o meu campo de interesses principal e sinto sempre que para me prender, tem realmente de ser uma obra notável. Assim, há muito poucos autores que aprecie e como tal, cada vez que decido do nada que é altura de ler literatura portuguesa, é um desafio. Tudo o que é clássico, já está lido. E tudo o que é atual, simplesmente não me puxa. Saramago é como o meio termo e então, para mim, é uma exceção. Desta forma, nos últimos anos, cada vez que decido que está na hora de literatura portuguesa, é sempre Saramago. Porém, as escolhas também vão escasseando cada vez mais e desta vez, a escolha foi As Intermitências da Morte.
“Se acreditarem em mim, crendo que a alma é imortal e capaz de suportar todos os males e todos os bens, seguiremos sempre o caminho para o alto, e praticaremos por todas as formas a justiça com sabedoria, a fim de sermos caros a nós mesmos e aos deuses, enquanto permanecermos aqui; e, depois de termos ganho os prémios da justiça, como os vencedores dos jogos que andam em volta a recolher as prendas das multidões, tanto aqui como na viagem de mil anos que descrevemos, havemos de ser felizes.”
Eu costumo referir sempre no início de um novo post o porquê de ter escolhido ler a obra da qual estou a escrever a review. Desta vez não o vou fazer. Porém, posso dizer que já tinha vontade de ler esta obra há um tempo, de maneira que fiquei feliz de finalmente ter tido oportunidade, independentemente de outras razões.
“Todos veem aquilo que aparentas ser, poucos experienciam aquilo que realmente és”
Há um bom tempo que queria ler O Príncipe, mais devido “ao que diz” do que propriamente ao conteúdo, se é que me faço entender. Da mesma maneira, sempre quis ler algo de Maquiavel. A oportunidade nunca tinha surgido até recentemente me ter deparado com a obra totalmente ao acaso e ter dito para comigo mesma “porque não agora”?
“A mente é, em si mesma, um lugar, e em si mesma pode fazer do inferno um paraíso e do paraíso um inferno”
A primeira coisa que tenho de dizer é que não faço ideia do porquê de ainda não ter lido este livro e muito menos do porquê de ainda não me ter ocorrido que o devia fazer. Mas ainda bem que “me lembrei”. É um livro fundamental para qualquer pessoa que aprecie e estude literatura inglesa ou, para ser honesta, literatura no geral.
Estudante de Letras. Romântica Incurável. Perdida algures num sonho. Apaixonada por livros, chá, contos de fadas, tragédias e chuva. Entre Flores & Estrelas.