Ela meditava e mordia os seus lábios: a minha alma começou o primeiro mergulho nela, profunda, inebriante, perdida; como se se afogasse numa poção de bruxas, céltica, enfeitiçante, estelar.
On the Road, ou em português, Pela Estrada Fora, é um dos meus livros preferidos de sempre e fez-me gostar muito de Kerouac, vulto maior da conhecida Geração Beat. No outro dia, quando estava numa livraria deparei-me com este Maggie Cassidy. Lembro-me de ter ficado muito surpreendida por ver Kerouac à venda aqui, no original e numa obra que não é On the Road. Decidi logo comprar, mas foi a história do livro que me entusiasmou para a leitura. Maggie Cassidy tem uma ligação com On the Road. O autor pensou-o como parte da mesma realidade. Foi muito entusiasmada que comecei a leitura.
How may I live without my name? I have given you my soul; leave me my name.
Tive primeiramente contacto com a obra de Arthur Miller num teatro. Há cerca de um ano fui assistir à representação de Do Alto da Ponte, uma peça da qual gostei bastante. Pouco tempo depois li Death of a Salesman, vencedora do Pulitzer de 1949, da qual me lembro de não ter gostado assim tanto. Lembrei nesta semana que passou que queria ler uma peça e, por alguma razão, pensei em Arthur Miller. The Crucible foi meramente a escolha óbvia. Afinal, parece que é a peça mais conhecida do autor.
Este mundo, meu amigo, pertence aos fortes. O ritual da nossa existência baseia-se nos mais fortes a devorarem os mais fracos. Temos de enfrentar isto. E também é certo que assim seja. Temos de aprender a aceitar isto como uma lei do mundo natural. Os coelhos aceitam o seu papel no ritual e reconhecem o lobo como o forte. Em defesa, o coelho torna-se esquivo, assutado e elusivo e cava buracos para se esconder quando o lobo está por perto. E aguenta-se e continua a viver. Ele sabe o seu lugar. Certamente, não desafia o lobo para um combate. Isso seria esperto? Seria?”
Mais uma obra para a minha lista dos livros que devia ter lido há muito e, por alguma razão, não li. Neste caso encontro uma razão mais forte para só ter lido agora. Não faz muito o meu género de livro, de escrita, ou de história. Confesso desde já que apenas o li pelo seu estatuto e pela sua popularidade e não, não tenho vergonha de admitir isso. Portanto, também aviso que a minha opinião do mérito da obra pode não ser totalmente imparcial.
A treva enorme fitando, fiquei perdido receando, dúbio e tais sonhos sonhando que os ninguém sonhou iguais.
Pois bem, eu não ligo nada ao Halloween. Não é uma festividade nossa, em termos culturais e, além disso, está incrivelmente longe daquilo que, originalmente, se designou que fosse. Contudo, estou ciente do significado e influência crescente desta celebração e, apesar de geralmente não “fazer” leituras temáticas, achei que era interessante tentar este ano. Então, escolhi duas obras – um poema e um conto – que encaixam maravilhosamente no conceito de Halloween. Afinal, a existir um autor, pelo menos daqueles que eu aprecio e costumo ler, cuja obra englobe e encaixe neste espírito, não é ele Edgar Allan Poe?
Parecia-me estranho que o por-do-sol que ela via do seu pátio e aquele que eu via dos degraus atrás da minha casa fosse o mesmo. Talvez os dois mundos diferentes em que nós vivíamos não fossem assim tão diferentes. Nós víamos o mesmo por-do-sol.
Quando eu era mais nova adorava os chamados livros ‘coming of age’. Lia-os num instante. Ainda continuo a preferir livros, filmes e séries deste género. Pode ter a ver com o facto de ser mais fácil de me relacionar, claro. No meio da minha adolescência, estranhamente, passei ao lado de The Outsiders. Mais estranho, passei ao lado não só do livro, como do filme. Mas não passei ao lado da expressão icónica e proferida hoje indiscriminadamente que, na verdade, vem desta história - “stay gold”. Julguem-me, mas só no início deste ano descobri de onde vinha tal expressão e fiquei atrapalhada por perceber que tinha deixado escapar este famoso e importante ‘coming of age’ (ainda por cima considerado um clássico moderno!). Então, pus The Outsiders - ou, como se lembraram lhe chamaram em Portugal, Os Marginais -, na lista e apesar de só o ter lido no fim de setembro, finalmente posso riscar.
Ahab teve tempo para pensar; mas Ahab nunca pensa; ele apenas sente. Isso é intrigante para o homem mortal! Pensar é uma audácia. Apenas Deus tem esse direito e privilégio. Pensar é, ou deveria ser, algo frio e calmo; e os nossos pobres corações palpitam, e os nossos cérebros batem demasiado para o fazer. E, contudo, por vezes já pensei que o meu cérebro era muito calmo – frio, congelado.
Moby-Dick era outro daqueles livros que, antes de ler, tive de pôr numa lista antes para me ir convencendo de que tinha mesmo de o ler. Sempre o quis fazer, confesso que mais pelo seu estatuto em termos de cânone do que pelo apelo que a história propriamente dita tinha para mim. Agora estou bastante satisfeita com a conclusão deste projeto.
Out of the ash I rise with my red hair And I eat men like air.”
Sylvia Plath é uma das minhas poetisas preferidas. Há uns tempos fiz a review de uma coleção da chamada “poesia moderna”, que se leram, sabem como me desagradou. A seguir a essa terrível experiência decidi que precisa de ler “poesia a sério”. Nem que fosse para me convencer de que não estava errada em achar a “nova poesia” detestável. Lembrei-me logo de Sylvia Plath porque também ela foi uma senhora e, antes de todas estas novas “poetisas”, ela já tinha escrito "a sério" sobre os mesmos temas. Escolhi a coleção Ariel por ter sido publicada postumamente.
“Nunca te assalta a impressão de que a tua vida foge e de que tu não a estás a gozar? Não pensas que viveste já quase metade do tempo que tens para viver?”
A primeira review de 2019! Primeiro tenho de confessar que acabei de ler este livro em 2018. Foi o último livro que li na totalidade em 2018. E que bela maneira de acabar o ano. Hemingway é um dos meus escritores americanos preferidos e uma das personalidades mais queridas de sempre para mim. Na primeira metade de 2018 tinha lido O Adeus às Armas (e fiz a review aqui no blog) e ainda não me esqueci desse livro. Então, em dezembro, assim do nada lembrei-me dessa obra e depois lembrei-me das outras obras que tinha lido do autor e decidi que tinha de ler mais alguma coisa dele. Às vezes é assim que eu decido o que quero ler! Então mas e porquê O Sol nasce sempre (Fiesta)? Bem, é que este livro é tido como ilustrativo de toda uma geração e é hoje tido como um livro de culto. Como é ligeiramente autobiográfico (como aliás muitos dos livros de Hemingway), tive curiosidade. E já era mais do que altura de o ler. Na verdade, receio já ter chegado atrasada a esta leitura. Mas, mais vale tarde do que nunca.
“Não posso pensar nisso agora. Se o fizer, enlouqueço. Pensarei nisso amanhã. Então, vou conseguir suportá-lo. Afinal, amanhã é um novo dia."
E Tudo o Vento Levou é um clássico. Clássico do cinema, mas sobretudo clássico da literatura. Se vos disser quantas vezes, nos meus 22 anos me preparei para o ler ou para o ver e não o fiz, não acreditariam. O filme tem mais de 4 horas, o livro mais de 1000 páginas. Estão a perceber? Este verão, numa tarde em casa disse a mim mesma, de hoje não passa. Vi o filme. Vai parecer-vos exagerado, mas foram das 4 horas mais gloriosas e bem passadas da minha vida. Quando acabei o filme, abri a internet e mandei vir o livro. No sábado passado acabei de o ler, ao fim de 2 semanas. Das melhores da minha vida. Nunca me perdoarei por não ter lido este livro mais cedo.
No princípio das minhas férias de verão vi um filme que me marcou profundamente e que rapidamente se tornou no meu segundo filme preferido de todo o sempre. Vi-o completamente por acaso. Estava a ver uma lista com filmes “must watch”, e lá estava este glorioso filme na lista. A minha escolha foi ajudada pelo facto de o filme ter sido realizado pelo meu realizador preferido. Falo do filme Requiem for a Dream, de 2000, realizado por Darren Aronofsky, que em Portugal recebeu o título de A Vida não é Perfeita. Quando acabei de ver o filme e descobri que era adaptado de um livro, não perdi tempo. Encomendei o livro imediatamente. Chegou às minhas mãos na segunda-feira e não o larguei um segundo desde então.
Estudante de Letras. Romântica Incurável. Perdida algures num sonho. Apaixonada por livros, chá, contos de fadas, tragédias e chuva. Entre Flores & Estrelas.