“Christmas Every Day”, William Dean Howells
Ao fim de uma semana, já tantas pessoas tinham perdido a paciência que se podia recolher “paciências” em qualquer lado; elas pavimentavam o chão perfeitamente. Mesmo quando as pessoas tentavam recuperar as suas paciências, era comum ficarem com a paciência de outra pessoa, o que tornava tudo uma confusão abominável.
Não posso dizer que seja uma das pessoas que adora especialmente esta época festiva, mas quando ela chega adoro ler contos de natal. Este ano escolhi este conto de William Howells que nunca tinha lido antes. Está numa coleção chamada “Christmas Every Day and Other Stories” (1892) e é logo a primeira história e a que dá título à coleção.
A história propriamente dita está dentro de outra história. “Christmas Every Day” é, na verdade, uma história `contada à protagonista da história principal, descrita apenas como “uma menina pequena”. É o pai que lhe conta esta história também sobre uma menina que gostava tanto do Natal que, certa vez, decidiu pedir à fada do Natal que lhe concedesse o desejo de ter um ano em que todos os dias fossem Natal.
À primeira vista o conto pode parecer muito voltado para um público infantil, mas não é o caso e, mesmo que fosse, qualquer pessoa gosta de ler contos deste tipo, independentemente da idade. Ler sobre o desenrolar deste ano fictício em que foi Natal todos os dias é um encanto. Não se celebraram mais festividades nenhumas, apenas se consumia comida típica do Natal ao ponto de se chegar ao dia da Ação de Graças sem perus, e toda a gente que não era comerciante ficou pobre por ter de comprar tantos presentes! A certo ponto as pessoas já não recolhiam os presentes e deixavam-nos a acumular na rua e, então, a polícia tinha de entrevir.
O próprio conto apresenta-se como uma “história moral” e, realmente, é disso que se trata; podemos traçar diferentes conclusões. Todavia, não me parece que seja por isso que vale. Eu apreciei o conto sobretudo por ser tão leve, terno, direto e tão simultaneamente simples e complexo.
E não penso que seja um conto só para crianças. Como disse em cima, toda a gente gosta de contos de fadas, independentemente da idade e, sobretudo em relação aos que estão bem escritos, acho que ainda gostamos mais deles quando ficamos mais velhos. Esse, pelo menos, é o meu caso. Acho que nunca apreciei tanto de contos de fadas em criança como o faço agora.
Se são como eu e, nesta altura do ano, também gostam de leituras condizentes com o momento, têm de ler este conto! Quais são as vossas histórias de Natal preferidas?