“Macbeth”, William Shakespeare
“De amanhã em amanhã vão-se arrastando nossos dias, numa senda sem sentido, até à última sílaba do tempo registado; e a luz dos nossos ontens vai-nos guiando, quais tolos, para a morte.”
Shakespeare é um dos meus autores preferidos de sempre. E Macbeth é um das poucas peças do autor que ainda não tinha lido. Sinceramente, nem sei bem porquê. Acho que, como já conhecia a lenda, não tinha assim tanto entusiasmo para ler. Porém, como recentemente surgiu a oportunidade de fazer um trabalho na Faculdade sobre esta obra, comprei-a e li.
Macbeth conta a história do terrível Macbeth que, incentivado pela profecia de três bruxas que lhe preveem um futuro como rei, e pela sua maléfica esposa, Lady Macbeth, comete um crime terrível: assassina o seu rei, na sua própria casa, rompendo as leis da hospitalidade. Mas os seus crimes e a sua ambição não acabam aí.
O meu aspeto preferido em Macbeth sempre foi a componente medieval. A questão da magia, a vida de corte com todas as suas regras, a noite e a floresta, toda a fantasia. Aliás, não é só em Macbeth que este é o meu aspeto de eleição, é em toda a obra de Shakespeare. Em Rei Lear ou O Sonho de Uma Noite de Verão, ou até mesmo em Hamlet, está sempre lá.
Um dos meus aspetos preferidos em Shakespeare, se não mesmo o preferido, é o facto de as suas peças serem adaptadas de histórias da época, como Romeu e Julieta, de lendas e mitos, como este Macbeth, ou mesmo da História, como Henrique IV, por exemplo. Sei que parece estúpido, mas faz-me pensar, ou neste caso sonhar, que de alguma forma, são verdadeiras. Não são histórias da imaginação de alguém. São reais e só estão ali rescritas de uma maneira incrivelmente bela. Sei que não é o caso, mas o que fazer? Serei sempre uma romântica sonhadora.
Quando leio algo de Shakespeare fico sempre muito comovida. Às vezes nem é pela história que estou a ler, sabem? É só pela maneira como está escrita, como é contada. Duvido que alguém algum dia vá escrever tão bem como Shakespeare. Aliás duvido que seja possível.
E a questão é que eu nem sequer gosto assim tanto de ler peças de teatro. Não gosto muito do género dramático. Não que não seja estupendo, óbvio. Provavelmente é só por não estar muito habituada. Como sabem, sou uma menina de prosa. A questão é que, quando leio Shakespeare, até me esqueço que estou a ler um texto dramático. A par de Molière, são os únicos dramaturgos que leio, sem ser por obrigação, e que verdadeiramente aprecio. Acho que Shakespeare dá outra magia ao teatro e ao género dramático no geral.
Além disso, Shakespeare é o autor da minha segundo história preferida de todos os tempos. Falo claro de Romeu e Julieta. Por todas estas razões, sempre tive um apreço muito especial e enorme por este autor.
Em suma, fiquei bastante feliz de ter finalmente lido Macbeth. Fiquei com a crença de que, de todas as obras que li de Shakespeare, esta foi uma das minhas preferidas. Então, como não recomendar? Leiam Macbeth!
Idioma de leitura: Português
4/5