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A Outra Menina Bennet

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26
Dez18

“O Crepúsculo dos Ídolos”, Friedrich Nietzsche

Sofia

“Os grandes homens são necessários, a época em que aparecem é fortuita; se quase sempre se tornam dela senhores deve-se unicamente ao facto de serem mais fortes, mais antigos, de por mais tempo terem acumulado forças.”

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Esta não é a primeira vez que faço aqui uma review de uma obra de Nietzsche. Como é óbvio, também não será a última. A verdade é que eu não tinha decidido que queria ler esta obra em particular. Até porque ainda não tinha percebido que já tinha sido traduzida (foi algo recente). No entanto vi à venda e não resisti, claro.

 

Na contra capa deste livro pode ler-se que o mesmo é uma “critica aniquiladora de todas as 'verdades' que o Ocidente exaltou”. Transcrevo isto porque nada do que eu pudesse escrever sumariaria melhor O Crepúsculo dos Ídolos. É literalmente isso.

Os “ídolos” são essas verdades, as suas “origens”. A moral, a política, a razão, a ciência, o cristianismo, a antiguidade, a arte, tudo tudo tudo. E estou convencida de que o “crepúsculo” delas reside na crítica e refutação das mesmas por parte do autor. E que refutação. Mesmo à Nietzsche.

Como sabem, tenho por princípio nunca dar opiniões muito frisadas ou opinadas sobre obras de filosofia. Acho que já falei disto mil vezes e a última delas há duas semanas quando fiz a review de O Mito de Sísifo. Nunca me sinto muito segura porque tenho sempre receio de não ter compreendido tudo. Além disso, como eu sou da área de literatura (e como vivo imenso aquilo que leio), tenho sempre a sensação de ver e imaginar para além daquilo que está escrito. Por último, um segredo: eu sou ligeiramente arrogante nas minhas opiniões. Como tal, se as começassem a dar, sobretudo no que a obras filosóficas, politicas ou ideológicas diz respeito, ia ser literalmente desastroso.

Como já tinha deixado claro quando fiz a última review de uma obra de Nietzsche (Para Além de Bem e Mal), ele é o meu filósofo preferido. Uma professora de filosofia muito próxima de mim já me disse que eu não devia dizer isto, contudo, não me podia importar menos. Gosto genuinamente de Nietzsche. Não é por ele dizer umas coisas “fora do comum” ou por ser meio “oposto” a tudo como as pessoas dizem logo. É a maneira como ele defende aquilo em que acredita. Sempre gostei dele por isso. Também ajuda o facto de ele escrever de uma forma muito literária. Acho que isso ajuda a chegar ao leitor. Parece sempre tudo tão simples e descomplicado, pelos meno aos meus olhos.

Lembro-me de ter lido A Genealogia da Moral no início da faculdade. Foi o primeiro livro de Nietzsche que li. Ninguém me “obrigou” a fazê-lo. Simplesmente fez sentido para mim naquele momento. Lembro-me de que estava no meio de algo "difícil". Mas lembro-me sobretudo de ter achado aquilo uma coisa extraordinária. De génio. Acho que foi aí que me apaixonei por filosofia pela primeira vez. E por Nietzsche. A partir daí nunca mais parei de ler coisas dele. Tenho sempre a sensação de que Nietzsche me explicou o mundo.

Posto isto, digo-vos que não fiquei nem um pouco desiludida com esta obra. Muito pelo contrário. E como tal, se se interessarem por este tipo de obra, recomendo-vos a leitura de O Crepúsculo dos Ídolos.

 

Idioma de Leitura: Português

 

4,5/5

 

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Estudante de Letras. Romântica Incurável. Perdida algures num sonho. Apaixonada por livros, chá, contos de fadas, tragédias e chuva. Entre Flores & Estrelas.

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