Apenas temos uma história. Todos os romances, toda a poesia, tudo é construído sob o conflito interminável entre bem e mal. E ocorre-me que o mal deve constantemente repetir-se, ao passo que o bem, que a virtude, é imortal. O vício tem sempre uma cara nova e fresca, enquanto que a virtude é venerável como nada mais no mundo o é.
Há uns meses escrevi-vos sobre as minhas impressões sobre As Vinhas da Ira de John Steinbeck. Na mesma altura comprei A Leste do Paraíso. Antes disso, como vos referi naquela altura, apenas tinha lido, deste autor, O Inverno do Nosso Descontentamento, uma obra da qual gostei especialmente. Em relação a As Vinhas da Ira não senti o mesmo entusiasmo, embora tivesse igualmente gostado. Como resultado destas duas experiência comecei a ler A Leste do Paraíso desprovida de especiais espectativas
Na verdade, esse é o meu segredo — nem sequer consigo falar sobre ti com outras pessoas porque não quero que mais ninguém saiba o quão maravilhoso és.
Apesar de The Great Gatsby ser um dos meus livros preferidos confesso que, tirando alguns contos e um poema aqui ou ali, nunca tinha mais nenhuma obra de Fitzgerald. Este ano, por alguma razão, lembrei-me desta falha e comprei os 3 romances deste autor que me restavam ler. Comecei por Terna é a Noite.
Conseguia lembrar-me de como o meu pai me costumava dizer que a razão para viver era preparamo-nos para permanecermos mortos durante muito tempo.
Há um tempo atrás tinha pensado em ler O Som e a Fúria. Não comprei logo porque achei que, como é tão popular, encontraria em qualquer lado. Confesso que, entretanto, me esqueci completamente e, apenas no outro dia, por acaso, me deparei na livraria com este outro livro de Faulkner e me lembrei de que já queria ter lido algo deste autor. A verdade é que me coloquei ali a ler excertos de As I Lay Dying e lembrei-me de já ter ouvido falar muito e bem deste livro e, como aquilo que estava a ler me parecia tão diferente e a premissa da obra tão interessante, decidi “bem, vou começar por ler este”.
Se costumam seguir o blog sabem que é menos comum eu escrever aqui sobre poesia. Geralmente sou mais difícil de cativar em termos de poesia do que de prosa. Também é mais difícil que me consiga concentrar naquilo que estou a ler sob esta forma e, como consequência, torno-me mais seletiva. Mas também é verdade que quando leio poesia, acabo por gostar muito. Na semana que passou tive de ler uns poemas de Ezra Pound e, na verdade, gostei tanto, que acabei a ler esta coleção dele!
“Um por um, estavam todos a tornar-se sombras. É preferível partir para aquele outro mundo de forma arriscada, na completa glória de alguma paixão, do que desvanecer e murchar tristemente com a idade”
Pessoalmente e enquanto leitora, gosto muito de James Joyce e da sua obra. Ulysses é um dos meus livros preferidos de sempre e devem existir poucas entidades literárias de que goste tanto ou que me fascinem tanto quanto este autor. Então, quando pensei nos livros que queria ler este ano coloquei na "lista" dois livros de Joyce, tendo este sido o primeiro que consegui comprar e ler.
De facto, ouvindo os gritos de alegria que cresciam na cidade, Rieux recordou-se de que essa alegria estava ameaçada para sempre. Porque ele sabia o que essa multidão em alegria ignorava e que pode ser lido nos livros, que o bacilo da praga nunca morre nem desaparece, que pode permanecer adormecido por décadas em móveis e têxteis, que ele aguarda pacientemente em quartos, caves, malas, lenços e papeladas e que, talvez chegue o dia em que, para infortúnio e educação dos homens, a praga desperte os seus ratos e os envie para morrer numa cidade feliz.
Não vou fingir que vos venho falar deste livro em particular por alguma razão que não a situação atual que todos vivemos. A Peste estava na minha lista há algum tempo, sobretudo porque gosto muito de Camus. Lembro-me que quando li O Mito de Sísifo — que foi o último livro do autor que li — era para ter lido antes este. Depois foi passando e, não fosse o que se está a passar agora, não me parece que me tivesse lembrado tão cedo. Mas ainda bem que me lembrei.
Os nossos pecados são criados no paraíso para originar o nosso próprio inferno.
Lembro-me que o primeiro livro que li de Bukowski foi Música para Aguardente. Lembro-me de ter ficado bastante impressionada, talvez mais chocada do que impressionada, compreendo agora. Desde então, nunca li mais nenhum livro deste autor, com exceção de um conto aqui e ali. Surge sempre algo que sinto mais inclinação para ler ou simplesmente não me lembro. Mas há um tempo encontrei a versão original desta obra e pensei, porque não?
Tem cada um o seu modo pessoal de dormir e morrer, julgamos nós, mas é o dilúvio que continua, chove sobre nós o tempo, o tempo nos afoga.
Não sei sobre quantas obras de Saramago já vos falei aqui, mas sei que já foram algumas. Como já vos contei, sou uma grande fã. Em relação a esta escolha em particular, apesar de há muito estar na lista de obras de Saramago que queria ler, confesso que foi devido ao filme baseado na obra e realizado por João Botelho que está para estrear que me decidi de uma vez a comprar e a ler. Não fosse isso, talvez tivesse optado por outra.
Ela meditava e mordia os seus lábios: a minha alma começou o primeiro mergulho nela, profunda, inebriante, perdida; como se se afogasse numa poção de bruxas, céltica, enfeitiçante, estelar.
On the Road, ou em português, Pela Estrada Fora, é um dos meus livros preferidos de sempre e fez-me gostar muito de Kerouac, vulto maior da conhecida Geração Beat. No outro dia, quando estava numa livraria deparei-me com este Maggie Cassidy. Lembro-me de ter ficado muito surpreendida por ver Kerouac à venda aqui, no original e numa obra que não é On the Road. Decidi logo comprar, mas foi a história do livro que me entusiasmou para a leitura. Maggie Cassidy tem uma ligação com On the Road. O autor pensou-o como parte da mesma realidade. Foi muito entusiasmada que comecei a leitura.
O mundo está cheio de coincidências, e se uma certa coisa não coincide com outra que lhe esteja próxima, não neguemos por isso as coincidências, só quer dizer que a coisa que coincide não está à vista.
Como certamente reparam, eu não costumo por norma ler muitas obras portuguesas. Não é por nada em especial, como é lógico. Só não calha e não são tão apelativas para mim. Há poucas que se enquadrem no género de livros que eu gosto. Se for honesta, Saramago também não se enquadra, mas por alguma razão, gosto sempre bastante das obras dele e ultimamente, cada vez que penso “a seguir vou ler alguma coisa de Portugal”, é a minha primeira escolha. Se se lembram, na primavera falei-vos de As Intermitências da Morte. Nessa altura, o que queria mesmo ler era A Jangada de Pedra, mas acabei com as Intermitências. Sei que a vontade de ler esta obra veio de uma aula de cinema em que alguém mencionou a adaptação fílmica (do realizador George Sluizer, 2002) e falou tão bem dela que, sendo eu a pessoa fácil de cativar que sou, quis logo ler. O filme nem me interessou, para ser sincera.
Estudante de Letras. Romântica Incurável. Perdida algures num sonho. Apaixonada por livros, chá, contos de fadas, tragédias e chuva. Entre Flores & Estrelas.