A grande tendência humana era transformar em utilidades imediatas os grandes fenómenos naturais. O que era o vento? Uma grande deslocação de ar errante no firmamento. Só por si, de que servia?
A Tragédia da Rua das Flores terá sido escrita entre 1877 e 1878, mas apenas foi publicada em 1980, quando deixou de estar sob o domínio dos herdeiros do autor e se tornou de domínio público. Assim, nem o autor nem os seus herdeiros terão pretendido que esta obra fosse lida, embora o manuscrito tenha sido preservado.
“Só sabe bem o pão que dia a dia ganham as nossas mãos: nunca mates o Mandarim!”
Comecei a ler este livro super por acaso. “Ganhei-o” num sorteio há para aí uns dois anos na feira do livro de Lisboa. Na altura senti-me com azar, confesso. Depositei-o na biblioteca em casa e nunca mais lhe toquei. Até há uns dias. Estava muito aborrecida no início da semana passada porque já não tinha nenhum livro para ler, e não ia visitar uma boa livraria senão no fim-de-semana. Então, foi nesse espirito que peguei num dos únicos livros das estantes que não tinha lido: O Mandarim. Teve preferência em confronto com outros lá esquecidos devido ao seu autor. Acontece que Eça é provavelmente o meu autor português preferido, e não há muitas obras dele que eu não tenha lido e adorado. Com isto em mente parti, cheia de expectativas, para a leitura deste livro esquecido.
Estudante de Letras. Romântica Incurável. Perdida algures num sonho. Apaixonada por livros, chá, contos de fadas, tragédias e chuva. Entre Flores & Estrelas.