Estou cansado, não consigo pensar em nada e quero apenas descansar a minha cabeça no teu colo, sentir a tua mão na minha cabeça e ficar assim por toda a eternidade.
Já vos tinha contado, no verão passado, quando vos falei de Letters to Vèra, a coleção de correspondência de Vladimir Nabokov para a sua esposa Vèra, que gosto bastante de ler a correspondência de escritores e artistas. Kafka é um dos escritores cuja correspondência pessoal é mais popular. E um dos escritores que mais admiro. Confesso que a minha primeira ideia era ler a sua correspondência a Felice, que foi sua noiva. Todavia, encontrei Letters to Milena à venda recentemente e decidi ler esta primeiro.
“A lógica é de facto inabalável, mas não resiste a um homem que quer viver. Onde estava o juiz que ele nunca vira? Onde estava o alto tribunal a que nunca chegara?”
Começo por vos dizer que este post foi um dos que demorei mais a escrever e que este livro é um sobre o qual me custa um bocadinho falar. Há uns anos li A Metamorfose e fiquei a admirar muito Kafka. Investiguei sobre o autor, li contos e ensaios, até fui a colóquio sobre o tema. É estranho pensar que, apesar disso, ainda não tinha lido O Processo, que é só um marco na literatura e na filosofia e, provavelmente, a obra mais completa e importante deste autor. Todavia, para mim, não é estranho de todo. E vou tentar explicar porquê.
“E se voltasse a dormir mais um pouco e esquecesse todas estas asneiras?"
Confesso que já há algum tempo desejava ler algo de Kafka. Porém, há uns meses atrás, uma amiga minha leu O Processo e nas suas próprias palavras achou que ler tal livro foi literalmente “um processo”. Na altura isso desanimou-me. Contudo quando há uns dias vi A Metamorfose nas prateleiras de um comum supermercado pensei “que se lixe” e comprei. Foi uma boa decisão.
Estudante de Letras. Romântica Incurável. Perdida algures num sonho. Apaixonada por livros, chá, contos de fadas, tragédias e chuva. Entre Flores & Estrelas.