Deste demasiado espaço à tua imaginação. A imaginação é um bom ajudante e um mau mestre. A explicação mais simples é sempre a mais provável.
Acho que nunca tinha escrito aqui sobre uma obra deste género. Realmente, não costumo ler muitas histórias assim. De Agatha Christie só me lembro de ter lido Um Crime no Expresso do Oriente quando era mais nova. Em relação a esse, lembro-me de ter gostado muito e de ter ficado bastante impressionada com a história e, sobretudo, com o seu final, como creio que, de resto, acontece a quase toda a gente. Recentemente surgiu a oportunidade de ler esta primeira obra da autora e, confesso que já estava tão preparada para algo rebuscado ao nível Expresso do Oriente que acho que já comecei a ler esta obra demasiado expectante e alerta.
Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades, e o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saía delas, como um corpo ressequido que se estira num banho tépido; sentia um acréscimo de estima por si mesma, e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante, onde cada hora tinha o seu encanto diferente, cada passo condizia a um êxtase, e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações!
Penso que ainda não tinha tido oportunidade de vos falar sobre nada de Eça de Queiroz. É provavelmente o meu autor português preferido e se não vos falei sobre nada dele mais cedo foi porque a maioria das suas obras li quando era mais nova. Calhou muito recentemente falar sobre este autor e perceber que ainda não tinha lido esta obra. Na altura em que li as obras de Eça, apesar de não ter sido assim há tanto tempo, não era tão frequente existirem tantas e tão diferentes edições.
Conseguia lembrar-me de como o meu pai me costumava dizer que a razão para viver era preparamo-nos para permanecermos mortos durante muito tempo.
Há um tempo atrás tinha pensado em ler O Som e a Fúria. Não comprei logo porque achei que, como é tão popular, encontraria em qualquer lado. Confesso que, entretanto, me esqueci completamente e, apenas no outro dia, por acaso, me deparei na livraria com este outro livro de Faulkner e me lembrei de que já queria ter lido algo deste autor. A verdade é que me coloquei ali a ler excertos de As I Lay Dying e lembrei-me de já ter ouvido falar muito e bem deste livro e, como aquilo que estava a ler me parecia tão diferente e a premissa da obra tão interessante, decidi “bem, vou começar por ler este”.
É preciso reconhecer que o amor é um grande professor. O que não sabemos, ele ensina-nos.
Confesso que o principal fator que me impeliu a ler este livro foi o título, L´École des femmes, e, se não o tivesse por acaso visto à venda, provavelmente não me lembraria espontaneamente de o ler. Gosto muito de Molière, mas realmente não conhecia esta obra. Todavia, assim que a vi percebi que seria o tipo de obra da qual gostaria.
Pensas que podes ter uma vida romântica, que podes viver agradando a ti e aos outros. Vais perceber que estás enganada. Qualquer que seja a vida que levas, para seres bem-sucedida, deves colocar a tua alma nela; a partir do momento em que o fazes, garanto-te que o romance acaba: tudo se torna realidade! E não consegues sempre agradar-te; por vezes tens de agradar aos outros. Isso, admito, estás disposta a fazer, mas há algo ainda mais importante – muitas vezes tens de desagradar os outros. Tens de estar sempre pronta para isso, nunca deves fugir. Isso não te convém de todo — gostas demasiado de admiração, gostas que pensem bem de ti. Pensas que podemos escapar aos nossos deveres menos agradáveis através de visões romanescas — essa é a tua maior ilusão. Não podemos. Tens de estar preparada para, muitas vezes, não agradares a ninguém — nem a ti própria.
The Portrait of a Lady é uma leitura que tinha estado adiada há tanto tempo que lhe perdi a conta. Este ano foi um dos primeiros livros que comprei e, mesmo assim, só na semana passada me determinei a finalmente ler! Assim que acabei pensei senti uma mistura de “ainda bem que adiei tanto tempo” e de “como é que não tinha lido antes”.
Todas as mulheres são rebeldes, geralmente estão numa ampla revolta contra si mesmas.
Esta semana venho falar-vos de uma outra leitura de oportunidade nestes tempos que passam tão devagar. Lembro-me que há semanas vos falei de De Profundis, então tenho consciência que estou a repetir um autor, mas não resisti quando encontrei esta obra! Como vos contei naquela altura, gosto muito de Wilde.
Se costumam seguir o blog sabem que é menos comum eu escrever aqui sobre poesia. Geralmente sou mais difícil de cativar em termos de poesia do que de prosa. Também é mais difícil que me consiga concentrar naquilo que estou a ler sob esta forma e, como consequência, torno-me mais seletiva. Mas também é verdade que quando leio poesia, acabo por gostar muito. Na semana que passou tive de ler uns poemas de Ezra Pound e, na verdade, gostei tanto, que acabei a ler esta coleção dele!
“Não sabemos o que significa este mundo amplo; a sua estranha mistura de bem e de mal. Mas fomos colocados aqui e foi-nos oferecida vida e esperança. Não sei no que devemos ter esperança; mas existe algo de bom além de nós que devemos procurar; e essa é a nossa tarefa na terra. Se o infortúnio vier ter connosco, temos de o combater. Temos de o colocar de lado e continuar a descobrir ao que devemos, por natureza, almejar.”
Esta semana venho falar-vos de uma leitura que foi, de facto, meramente de oportunidade. Conhecia a obra apenas de nome e, apesar de ter pensado em ler, foi apenas na semana que passou que, quando por acaso e enquanto procurava por outra obra me deparei com Mathilda e que pensei que, mais valia aproveitar esta época em que temos tanto tempo e tanta margem para o gerir como nos melhor aprouve para a ler.
Toda a gente conhece a história. É exatamente o tipo de história que nos habituamos a ouvir e a ver adaptada nas mais diversas formas ao longo do tempo e que, também por hábito e afeição, vamos reproduzindo e propagando também nós. Raramente pensamos acerca da sua origem ou sobre como seriam antes de serem tão transformadas pelas sucessivas adaptações. Confesso que foi por causa do ballet que me lembrei de ler a história original de O Quebra-Nozes.
“Um por um, estavam todos a tornar-se sombras. É preferível partir para aquele outro mundo de forma arriscada, na completa glória de alguma paixão, do que desvanecer e murchar tristemente com a idade”
Pessoalmente e enquanto leitora, gosto muito de James Joyce e da sua obra. Ulysses é um dos meus livros preferidos de sempre e devem existir poucas entidades literárias de que goste tanto ou que me fascinem tanto quanto este autor. Então, quando pensei nos livros que queria ler este ano coloquei na "lista" dois livros de Joyce, tendo este sido o primeiro que consegui comprar e ler.
Estudante de Letras. Romântica Incurável. Perdida algures num sonho. Apaixonada por livros, chá, contos de fadas, tragédias e chuva. Entre Flores & Estrelas.