“The Old Nurse’s Story”, Elizabeth Gaskell
O que é feito na juventude nunca pode ser desfeito com a idade.
The Old Nurse’s Story é um conto de 1852 de Elizabeth Gaskell, primeiramente publicado numa publicação celebrativa do Natal – A Round of Stories by the Christmas Fire. O conto foi publicado posteriormente numa coleção de 1865 – Cousin Phillies and Other Tales – e terá sido o primeiro dos ditos contos de fantasmas de Gaskell.
A história deste conto é narrada na primeira pessoa pela ama Hesther aos seus pupilos e refere-se à época da sua vida em que ela fora ama da mãe destes – Rosamond. Rosamond era filha de um clérigo e da sua esposa, ficando órfã muito jovem. Hesther, que a acompanhara desde antes do seu nascimento, recusa-se a abandonar a criança e leva-a para casa dos avós maternos. Nesta casa, detida por Lord Furnivall, vive apenas a tia avó dele, Grace Furnivall, e alguns empregados. O ambiente desde logo impressiona Hesther e Rosamond pelos eventos estranhos que vão ocorrendo, tais como música a tocar misteriosamente. O evento mais bizarro ocorre a Rosamond que desaparece e é encontra mais tarde em estado muito débil, pensando-se atraída por quem diz ser uma menina que a tinha chamado para brincar e que continua a persegui-la. Esta criança nunca é encontrada e nunca se descobre de onde vem o som da música. Não obstante, descobre-se a história da família Furnivall da qual apenas Grace sobrevive e é de arrepiar!
Elizabeth Gaskell era uma escritora muito admirada por Charles Dickens e, lendo esta história percebemos porquê. É genuinamente a típica história de fantasmas e, nesse âmbito, foi uma das que mais gostei nos últimos tempos. Tem a música estranha, a noite de tempestade, o fantasma da criança, rivalidades fraternais, uma história de amor condenado e uma ama que narra tudo como se de um conto se tratasse!
Ainda assim, até quase ao final da história confesso que estava com dificuldades em acompanhar. Por duas razões: por um lado, penso que não estava inicialmente muito cativada pela narrativa e, por outro, sinto que até sabermos a história da família Furnivall, a narrativa não é suficientemente clara e existem aspetos que escapam. No entanto, quando começou a ser desvendado o mistério verdadeiro tudo começa a fazer sentido e a leitura flui de outro modo.
Não posso ainda deixar de assinalar um dos aspetos que mais contribuiu para que gostasse especialmente desta história. Relembrou-me, em muitas ocasiões, do meu livro preferido – O Monte dos Vendavais de Emily Bronte. Creio que é inevitável que alguém que leia ambos não note uma clara semelhança e, não me surpreenderia se descobrisse que a obra de Bronte foi realmente uma das inspirações de Gaskell neste conto.
Não penso ser possível a alguém que goste de contos fantasmagóricos e de histórias góticas ficar indiferente a este conto. Se for esse o vosso caso, tenho a certeza de que gostarão desta história. Conhecem? Que outra obra deste género ou de Elizabeth Gaskell recomendariam?