“Vinte Poemas de Amor e Uma Canção Desesperada”, Pablo Neruda
“Quero fazer contigo o que a primavera faz com as cerejeiras.”
Como podem verificar pelo conteúdo das reviews que fiz aqui no blog, o meu estilo preferido é mesmo a prosa. Mas amar poesia está no sangue do ser humano. Adoro poesia. Porém para mim, poesia requer muito mais do que prosa, e como tal não consigo ler qualquer coisa sob a designação de poesia. Até porque como já disse aqui, hoje em dia qualquer pessoa escreve e qualquer coisa é publicada. E enquanto no que se trata de prosa, até já nem me choca ver coisas tão descabidas impressas, quando se trata de poesia, isso parte-me o coração. De maneira que quando me proponho a ler poesia, é para ler poesia séria. Então esta semana quando me apeteceu ler poesia, escolhi Pablo Neruda, já que apesar de já ter lido poemas dele, nunca tinha lido um volume completo. Quanto à escolha do volume, esta prendeu-se com dois fatores: notoriedade e título.
O livro é literalmente tudo que o título diz: vinte lindos poemas de amor, e uma espécie de epílogo com o título de “canção desesperada”.
Fiquei bastante bem impressionada com esta obra e estou interessada em ler mais do autor. É muito raro eu ler poesia que não seja a dos românticos ingleses ou a de Shakespeare. E nem sequer vou comparar Pablo Neruda com estes porque é só ridículo. Nunca ninguém vai escrever poemas tão lindos, profundos, e intensos como eles.
Porém se me esquecer desse elevado termo de comparação, posso dizer-vos com toda a certeza que Pablo Neruda é um ótimo poeta. Que poemas tão maravilhosos e sentidos os que estão neste volume! Gostei particularmente do poema 20, que nunca tinha lido antes (porquê?), e do 14 que já conhecia, aliás esse deve ser dos poemas mais conhecidos do autor, e é dele que vem a citação escolhida para o topo deste post.
Esta foi também a primeira vez que li poesia em espanhol e de um autor espanhol. Como já referi, a inglesa é a minha preferida, embora também goste da francesa, da americana, e até de alguma portuguesa. Quando se trata de poesia, devemos ler na língua de partida, porque se há forma em que se perde muito da essência e original com a tradução, é na poesia. Mas como dizia, foi a minha primeira vez a ler poesia de um autor espanhol, e digo-vos que fiquei devidamente impressionada.
Em conclusão, digo-vos ainda que apesar de ter lido em espanhol, a linguagem não é nada de arcaico ou dificil de entender, é acessível, simples, crua. Os poemas não são longos e leem-se muito bem. Em menos de uma tarde, acabam o volume. Não há nada que não recomende este livro. Se, ainda assim não o quiserem ler, procurem pelo menos o poema 14 e o poema 20. São lindos que impressionam. Juro que me vieram lágrimas aos olhos quando os li. Digam-me o que acharam. Recomendo a leitura.
Idioma de leitura: Espanhol
3/5